domingo, outubro 29, 2006

remoção de podridão em suporte de pintura sobre madeira

Pormenor de uma intervenção de restauro num suporte de pintura sobre carvalho, na fase de remoção de madeira podre até atingir um substrato de material lenhoso com suficiente integridade estrutural.



Vistas gerais das obras: http://garmiellis.spaces.live.com/PersonalSpace.aspx?_c11_PhotoAlbum_spaHandler=TWljcm9zb2Z0LlNwYWNlcy5XZWIuUGFydHMuUGhvdG9BbGJ1bS5GdWxsTW9kZUNvbnRyb2xsZXI%24&_c11_PhotoAlbum_spaFolderID=cns!3F44A46A2D8D2E51!485&_c=PhotoAlbum
Pormenor de uma prancha de carvalho profundamente bio-deteriorada por combinação de térmita, caruncho e fungo xilófago. A madeira encontra-se em perfeito estado de desintegração, em forma de placas - por causa das galerias existentes abertas pelos insectos xilófagos - e em forma de cubos - por causa do ataque fúngico denominado "podridão cúbica".

sábado, outubro 28, 2006

podridão em pintura de cavalete

A podridão é muitas vezes o resultado de um estado de má conservação de uma obra de arte composta por madeira. No caso da pintura de cavalete com suporte de madeira, a maior parte das vezes proveniente de edificios sem gestão climatérica, i.e., conventos, igrejas, capelas, o caso da podridão "xilófaga" - ou ataque de fungos xilófagos - toma irreverentemente um avanço tal no estado de degradação quimica e posteriormente fisica da madeira que, muitas vezes, torna-se inevitável a sua remoção. Dentro das várias podridões existentes que podem danificar a madeira, a podridão cúbica, ou seja, a degradação e destacamento da madeira em forma de blocos cúbicos - é das piores situações de fragilidade estrutural que uma pintura sobre madeira pode chegar.
Quando um suporte chega a ter um desenvolvimento de podridão cúbica avançado, não existem muitas soluções técnicas que consigam manter a resistência estrutural da matéria de forma a garantir a sua estabilidade. Na verdade, não existe nenhuma solução satisfatória para obter esse efeito. Igualmente, os Institutos de Conservação existentes no mundo - que têm capacidade de criar e desenvolver soluções químicas para resolver problemas de reabilitação fisica de determinados materiais - até hoje não apresentaram nenhuma "mistura" ou componente que faça o desejado.
Há anos, em Portugal, foi experimentada uma mistura usando química orgânica cruzada com resinas acrílicas e ceras minerais e vegetais, mas para além do manuseamento ser altamente tóxico e cancerígena, também não se conseguir chegar a um efeito de consolidação e rigidez desejado dos pedaços cúbicos da madeira podre.
Na prática da intervenção em Conservação e Restauro, é incontornável a maior parte das vezes efectuar-se o desbaste da madeira mais solta da zona podre, tentando contudo chegar a remoção ao encontro do nivel de madeira mais densa - ou menos atacada - do local afectado, mas deste modo nunca beneficiando o conceito máximo de preservação da matéria que é original à obra.