quarta-feira, maio 17, 2006

Como sabemos do nosso quotidiano, a térmita é um insecto popular no que diz respeito à destruição da madeira, e o caso é mais grave quando nos deparamos com a sua devastação na estrutura de uma obra de arte constituída em madeira.
A térmita necessita, basicamente, de dois factores para o seu desenvolvimento: escuridão e humidade. Normalmente a térmita penetra na estrutura de uma peça através da zona inferior, quando está junta ao chão. os soalhos em madeira e as fundações em madeira de uma habitação são os locais favoritos à nidificação e proliferação deste ser vivo.

quinta-feira, maio 11, 2006

Os "malhetes" aplicados nos suportes de madeira na pintura de cavalete.

Os malhetes - ou também chamadas duplas caudas de andorinha - estiveram sempre de alguma forma associados aos suportes de madeira pintada, como elementos de reforço estrutural das tábuas pintadas. Estas peças executadas normalmente em madeira de um só elemento, cortadas de forma trapezoidal, foram originalmente utilizadas em Italia na tecnologia de construção dos suportes de pintura sobre madeira, pelos então destacados "legnaiolos" ou "panel-makers". A ideia de usar tais elementos já vinha das estruturas retabulares - nos elementos apainelados dentro dos nichos - bem como do mobiliário medieval.
Em Itália, nos suportes pintados em madeira de choupo (populus sp.), os malhetes eram aplicados pela frente do painel, atravessando-o até ao verso (fora-a-fora), numa primeira fase, e escondidos pelo verso, numa segunda fase. depois então é aplicado o gesso preparatório á execução pictórica.
Com o tempo, as técnicas construtivas foram-se modificando e aperfeiçoando, sendo introduzidos outros elementos de reforço de junta tais como respigas cilindricas de madeira (ou tarugos) e, em tábuas de maior espessura, a inovação da taleira, flutuante num furo préviamente aberto com bedames.
Os malhetes tornaram-se, por ocasionalidade, elementos de recurso a restauros de estrutura dos painéis (foto acima), solucionando problemas de abertura de juntas e de fendas resultantes de stress da madeira entretanto libertada das suas molduras originais, nas inúmeras remodelações retabulares e trocas comerciais que a história de arte se encarrega de estudar.
Nos tempos de hoje, o diagnóstico do estado de conservação de um painel pintado cai muitas vezes na anotação de problemas referentes à existência destes malhetes de restauro e de como os mesmos estão a comportar-se na peça e que repercussões transmitiram à superfície pintada.

quarta-feira, maio 10, 2006

Carvalho adulto transplantado

Na revista portuguesa do National Geographic de Maio de 2006 existe uma pequena noticia de um carvalho adulto centenário transplantado de um local para outro, por causa da construção de lojas num terreno adquirido pela empresa investidora. A noticia apenas está na revista (rubrica Tecnologia) e não no site do NGC, portanto vale a pena dar uma espreitadela naquela. O transplante custou cerca de 80 mil dólares mas salvou um espécimen majestoso do abate. A tecnologia usada na estrutura está impecável. Foi obra de americanos.

The "dream team"

"Dream Team" da área de Marcenaria Especializada do IPCR (Instituto Português de Conservação e Restauro).
Da esquerda para a direita, Miguel Garcia, mestre Sebastião Lopes, mestre Pedro José Correia e Frederico Henriques. Julho de 2005.

terça-feira, maio 09, 2006

Fóssil de árvore encontrado e exposto ao público


O fóssil de uma árvore com 310 milhões de anos foi recolhido em 2005 de uma mina perto dePella, no estado de Iowa, Estados Unidos da América.
Massa do fóssil? 16 toneladas.
Fantástico o estudo e soluções de tratamento da peça, manuseamento e transporte.
Mais em:
http://www.mnh.si.edu/highlight/fossil_scale_tree/index.html

um avião em madeira

O "Havilland Mosquito", um avião de combate fabricado pelos ingleses e posto a voar em 1940, tem a fuselagem toda feita em madeira. Não madeira maciça, mas sim laminado de madeira. Contudo não deixam de ser interessantes as vantagens de uma construção desta categoria. para mais ver:
http://www.aviation-history.com/theory/plywood.htm

Garmi


Garmi
Técnico Superior em Conservação e Restauro de Mobiliário e de Suportes de Pintura sobre Madeira.
De momento a colaborar em projectos POC com o IPCR (Instituto Português de Conservação e Restauro, sito em Lisboa, Portugal).

segunda-feira, maio 08, 2006

A Ecologia na Conservação da Madeira

Um dos problemas incontornáveis para a nossa sociedade já consciente, é o problema dos gastos de energia, neste caso associados à recuperação das obras de arte. No campo da conservação das madeiras das obras de arte, os gastos de energia incidem na produção indústrial de consumíveis como químicos (poluentes), gases e radiações "pesadas" para execução de tratamentos de anóxia, polímeros sintéticos (plásticos) usados como adesivos ou consolidandes das madeiras, entre outros tantos exemplos.
Os resultados do efeito da produção de CFCs já são bem alarmantes para o ecosistema terrestre e a sociedade já está devidamente consciente sobre este problema, mas exitem mais questões ainda no "ar" que ainda não tiveram melhor solução.
Creio que, para alguns problemas existentes no estado de conservação da madeira, podemos encontrar solução na própria natureza.
No caso da biodegradação da madeira, o que tanto danifica a estrutura do material lenhoso é o ataque de insecto xilófago.
Veja-se uma solução inteligente, 100% ecológica e com gastos de energia mínimos: Uma "limpeza" de carunhco realizado por vespas, cuja espécie é Lariophagus distinguendus:

http://patrimonius.blogspot.com/2005/04/conservao-e-restauro-um-trabalho-feito.html